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sexta-feira, 25 de março de 2011

Variação genética explica alto índice de gêmeos em Cândido Godói


Gene trazido por imigrantes para a região faz aumentar casos de gravidez de duas crianças

Variação genética explica alto índice de gêmeos em Cândido Godói. Clique e veja mais fotos
Crédito: Felipe Dorneles / Especial CP
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) apontaram que um gene raro é responsável pela grande quantidade de nascimento de gêmeos em Cândido Godói, no Noroeste do Estado. Depois de 17 anos de pesquisa, os estudiosos descobriram que o aumento de gestações de filhos idênticos na cidade é motivado por um gene capaz de manter dois óvulos fecundados dentro do útero. Em mulheres que não têm esse gene, o segundo embrião acaba sendo eliminado pelo corpo, sem que a mãe tome conhecimento.

"A gente identificou uma variante genética que parece predispor a maior sobrevivência dos gêmeos no útero. Esse gene nunca havia sido relacionado com gêmeos. Agora que estamos vendo isso. É uma maneira de entendermos por que algumas mulheres não conseguem ter filhos e outras conseguem mais", disse a pesquisadora Lavínia Schüler Faccini à Rádio Guaíba.

Desde a década de 30, com a chegada dos primeiros imigrantes em Cândido Godói, 140 pares de irmãos nasceram na cidade de 6,6 mil habitantes. Destes, destes, 44 nascimentos se concentram na pequena comunidade de Linha São Pedro, que fica no interior do município. O gene raro teria sido trazido por um ou dois imigrantes para a região.

No ultimos dois anos da pesquisa foram analisados os históricos de 42 mães de gêmeos e 101 progenitoras de um único filho por gestação. A descoberta de um componente genético peculiar sepulta a lenda de que o médico alemão Josef Mengele, que circulou pelo município na década de 60, teria realizado experiências com o objetivo de perpetuar a raça ariana estimulando o nascimento na cidade, onde cerca de 80% da população é de origem germânica.

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