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quinta-feira, 3 de março de 2011

presidenta Dilma


Dilma diz não haver preocupação imediata com petróleo da Líbia


A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que não existe, por ora, preocupação com as reservas de petróleo em poder da Líbia e tampouco um risco de desabastecimento do insumo por conta das turbulências políticas por que passa o governo de Muammar Kadafi.
"Acho que não é uma preocupação ainda das maiores porque a capacidade, se eu não me engano, deve estar em torno de 800 mil barris dia a produção no Brasil. Não há hipótese de você afetar o conjunto de fornecimento do mundo por conta disso. Agora, é certo que é um petróleo leve, com baixo teor de enxofre, então é bastante valorizado", comentou a presidente, que recebeu nesta quinta em Brasília o primeiro-ministro do Timor-Leste, Xanana Gusmão.
Na avaliação da presidente, as revoltas populares e a instabilidade no país norte-africano não devem ser "permanentes e duradouras", apesar de a convulsão política entre os líbios provocar turbulências nas empresas brasileiras que investem no País, como as construtoras Odebrecht e Queiroz Galvão. "Mais do que exportar temos investimentos diretos em empresas brasileiras na Líbia e isso causa para esses investidores uma turbulência. Mas nós esperamos que esse processo não seja um processo permanente e duradouro", salientou.
O ditador Muammar Kadafi, que resiste em deixar o poder na Líbia, tem argumentado que o governo local está ameaçado pelo grupo terrorista Al-Qaeda, que buscaria controlar as reservas de petróleo na nação norte-africana.
"Temos provas e informações de que Al-Qaeda deseja fundar um centro de mobilidade na região leste da Líbia para atacar a Europa. E esse projeto é conhecido através da Mauritânia até o Egito com a liderança de Bin Laden. Essas pessoas obtiveram armas e armamentos e usaram seres humanos como escudos humanos, conseguindo conquistar alguns centros de polícia. Mataram civis e inocentes. Por isso o Estado bombardeou os depósitos de armas", relatou o embaixador líbio no Brasil, Salem Ezubedi na última semana.
Para o governo Kadafi, armamentos teriam sido roubados e agora estariam em poder dos terroristas, que atuariam no país em busca do controle dos poços de petróleo.
Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.
Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta do que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que Força Aérea líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.
Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.
Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade

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