Total de visualizações de página

domingo, 6 de março de 2011

SAÚDE


Descobertas recentes revelam como funciona a memória
As pessoas se preocupam muito com a memória, exagerando a importância de lapsos (absolutamente normais!) ou exigindo além de suas possibilidades. Ela não é um álbum de lembranças: mais parece um cofre com objetos guardados em diferentes caixas, fora de ordem. As últimas descobertas vão fazer você esquecer tudo o que aprendeu sobre o assunto
Como se chama mesmo aquela atriz? O nome está na ponta da língua, mas não vem. Você tenta vasculhar seu cérebro como se estivesse revirando caixas de um cofre à procura de algo escondido ali, em algum canto, embora não saiba bem onde. A memória é uma das habilidades mais fantásticas do ser humano. E também uma das menos conhecidas. Estudos recentes estão ajudando a solucionar os mistérios que ela guarda. Com base em métodos de neuroimagem, que revelam o cérebro em funcionamento, e em experiências com animais de laboratório, eles mostram que a memória é muito mais do que um velho álbum de lembranças, não fica armazenada num único lugar do cérebro e atua de modo totalmente diferente do disco rígido do computa dor. A importância dela para a sobrevivência foi confirmada e se reforçou a tese do famoso pensador italiano Norberto Bobbio (1909-2004) de que “somos aquilo de que lembramos”. Os trabalhos também provaram algo surpreendente: que nós fomos feitos para esquecer. “O saudável é não se lembrar de tudo. As pessoas precisam parar com tantas cobranças a cada lapso de memória que eventualmente acontece”, diz a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora do livro Pílulas de Neurociência para uma Vida Melhor (Ed. Sextante). Um trabalho da equipe do neurocientista Iván Iz qui erdo, da PUC do Rio Grande do Sul, publicado na re vista Science, concluiu que as memórias são arquivadas 12 horas após a ocorrência do fato graças à dopamina, neurotransmissor associado às sensações de prazer. Ao se bloquear a ação desse mensageiro químico no cérebro de ratos, exatamente naquele horário, a memória foi apagada. Aplicando uma dose extra da substância, ela se fixou com mais intensidade. Izquierdo foi uma das estrelas do 6º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções, que reuniu conceituados neurocientistas nacionais e especialistas internacionais em junho, em Gramado (RS).

Nenhum comentário:

Postar um comentário